quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Ao longo da vida, vamos tendo algumas vitórias que contribuem para a nossa realização pessoal. Mas esta realização, apenas começa a partir do momento em que decidimos partilhar a nossa intimidade com alguém, e nos tornamos menos egoístas com o nosso espaço territorial e sentimental. Mas a derradeira efectivação, a cereja no topo do bolo começa com o nascimento de um filho. Aquele cheiro, aquele toque, aquele sorriso, aquele choro que apenas acalma no nosso colo. É um sentimento que dificilmente o conseguiremos colocar em palavras, pois é tão nobre tão grande tão cheio, que nos consegue completar e preencher enquanto pessoas. Dá-nos uma sensibilidade especial para as coisas, para as pessoas, para os momentos que nunca tivemos até então.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Carrinho de bebé, mais manual de instruções para totós e carta sff


Uma das grandes aquisições, para os nossos pequenos é o carrinho de bebé. Após várias leituras, optamos por adquirir o trio da Bébecar modelo Act. Eis o que diz a página da internet acerca de este veículo:
“ O novo Act é leve, compacto e fácil de manejar. Fixar ou extrair os seus elementos é muito simples graças ao sistema "Easylock" que permite com um simples movimento a sua fixação ou extracção do chassis.
Act é perfeito para os espaços mais pequenos graças ao seu fecho telescópico, as rodas amovíveis e a pega dobrável que lhe permitem reduzir o seu tamanho a dimensões mínimas quando seja necessário. Além disso, as suas rodas dianteiras giratórias dispõem de um cómodo dispositivo nos laterais do chassis para as poder bloquear sem necessidade de se baixar.
A sua alcofa espaçosa e a suspensão traseira regulável garantem todo o bem-estar que o recém-nascido necessita. Posteriormente, o seu assento encartável e reversível permitir-lhe-á manter o contacto visual com o bebé nos primeiros meses.

Act incorpora o novo sistema "Easylock" que permite fixar e retirar comodamente todos os seus elementos. Com único movimento, a alcofa, o assento reversível ou o assento auto Easymaxi SPP grupo 0+ fixam-se ao chassis em dois pontos de fixação graças ao seu sistema de auto guia, além disso cada elemento apoia em quatro pontos para garantir a máxima estabilidade. Para retirar, basta pressionar os gatilhos que se encontram situados de forma independente em cada elemento”

Ora bem, porquê que optei por destacar a parte fácil de manejar? Porque esta é uma expressão anedótica, para além de achar que é brincadeirinha dos senhores da Bébecar…

Recordo-me perfeitamente de um determinado evento. Num belo dia de Verão estávamo-nos a gabar da nossa mais recente e fantástica aquisição TT para a nossa beldade. E, resolvemos fazer uma demonstração ao vivo, começamos pelos chassis cromados. Foi extremamente fácil abrir o carrinho, com uma sacudidela em 2 minutos armou-se o carro. A graça foi no fechar…qual manual de orientação… não conseguimos fechar o carrinho por nada deste Mundo e por mais que nos empenhássemos, o resultado foi patavina de nada… Acho que naquele momento, me pareceu mais fácil pilotar um boeing, independentemente do modelo. No dia seguinte lá foi o meu adorado marido, à loja, pedir uma “formação” on site, a solução não poderia ser mais fácil, bastava carregar num botãozinho e puxar, voilà….. E esta hein??
2º Episódio colocar o baby coque no carro e colocar o cinto de segurança adequadamente … outro desafio ao nível do cubo de rubik.
3º Episódio condução veículo… O esbarrar contra os passeios, contornar obstáculos, conduzir na própria mão, curvar, and so on
São situações que podem levar uma pessoa à “demência”…

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Literatura

É engraçado, que a partir do momento em que vamos ser pais, toda a nossa literatura muda. Onde antes havia revistas decorações, técnicas, generalistas e de especialidade. Agora existe literatura ligada ao Mundo do bebé. Recordo-me quando fazia as consultas mensais de obstetrícia existia uma revista de distribuição gratuita “Mamãs&Bebés” bastante interessante e com informação bastante útil.
Um dos livros que me acompanhou durante a gravidez, a empréstimo de uma amiga minha, foi o livro “A sua gravidez semana a semana” de Lesley Regan. Esta Bíblia, continha muita informação, bastante elucidativa desde a concepção ao nascimento. Dividido pelo Acompanhamento da gravidez ao trimestre, ao parto/nascimento e vida após nascimento, etc…
  A parte mais sublime deste livro, era a que ilustrava o desenvolvimento do bebé ao trimestre, pois era motivador conhecer/vislumbrar o que estaria a acontecer dentro da nossa barriguinha. Paralelamente ao livro, também acompanhava o desenvolvimento da minha filha através do site babycenter (http://brasil.babycenter.com/), neste site fiz o calendário da minha gravidez onde podia acompanhar diariamente o desenvolvimento do meu bebé, era fantástico pois ia ao mínimo pormenor. Agora que ela nasceu, também é possível fazer um calendário e ir acompanhando o seu desenvolvimento, da mesma forma. Aconselho vivamente a consulta deste site.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Bombas de extracção de Leite

Mais um instrumento de tortura, mas desta vez para a mãe. Começando pelo seu design apelativo, e pelos “prantos” a que nos obriga. Existem as manuais e as eléctricas, venha o Diabo e escolha…. Eu usei as duas, a manual é interessante pela portabilidade, a eléctrica porque faz o trabalhinho mais depressa. Não obstante de lhe retirar o mérito e os objectivos para que servem, como o de manter a lactação, apoio ao bebé mais desajeitado (como a minha), ou até mesmo na prevenção de algum problema na mãe. Não lhes consigo achar piada nenhuma…
Em relação a este tema apenas consigo fazer o seguinte comentário, com uma interpretação digna de Oscar… “Why? Whyyyyy??? Whhhhhhyyyyyy???Whhhhhhhhhhhhhyyyyyyyyyyy???”

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Golfinho com tentáculos de polvo.

 


Mais uma vez, no tema da maternidade, porquê que resolvi desta vez, abordar a temática do Golfinho e do polvo?
Porque ao cetáceo vamos buscar a faculdade de dormir pela metade, uma vez que são capazes de descansar uma metade do seu cérebro, deixando a outra metade activa. E em relação ao molusco, porque é octopoda.
Quantas vezes dou por mim à noite, a preparar o leite da cachopa, apenas com um olho aberto. É de uma destreza fantástica, tentar acertar no gargalo do biberão, com o doseador do leite… À minha beira o Guilherme Tell, era um amador… pois era com os dois olhos fechados, que eu conseguiria acertar na maça, e para além disso esta era cortada em pedaçinhos descascadinhos. Octopoda, porque estou certa, que já houve noites em que eu consegui, dar de comer à minha filha com as mãos, mudar-lhe a fralda com os pés, adormeçe-la com o embalar dos joelhos, e preparar a próxima mamada com os cotovelos.

Quem nunca teve uma “luta” com um bodie, que atire a primeira pedra.

 
Ora bem quando vamos às compras de interiores para os nossos “petites”, podemos encontrar uma variedade de modelos de bodies à disposição. Nas primeiras compras, como ainda somos amadores na coisa, adquirimos pela beleza e não pela funcionalidade. Então temos aqueles, que entram directamente pela cabeça (os piores), os de trespasse à frente, os que apertam atrás, os que nem são uma coisa nem outra, os chambrinhos and so on… Isto é particularmente chato, quando queremos vestir a miúda, e parecemos uns tolinhos atrás das molas para o apertar. Pior ainda, quando nos queremos armar em pais “experientes” quando vamos à pediatra e ficamos ali a olhar como se tivemos a montar um puzzle de 50 000 peças. E muito simpaticamente a pediatra diz, “Ai esse é um problema comum aos papás”… ao que respondemos com um sorrisinho de canto da boca, do género nós não somos como aos outros pais….
Para concluir, agora como já não estamos verde nesta história. Bodies de trespasse rules, são os mais práticos e funcionais, pelo menos com a nossa pequena.

O valor das “fornadas”

 
Este é um dos temas, que indica que com a maternidade, podemos ficar felizes até nos momentos mais estranhos…
No curso de preparação para e pós parto ensinam-nos a estarmos prontos (de certa forma) para algumas situações como os nossos bebés. Uma delas a obstipação, assim um dos “must have” é o bebegel. Ora bem este recurso bélico só deve ser utilizado em último recurso. Ist...o é, apenas deve ser usado quando todos os outros falharam, massagens, estimulações, e se o bebé estiver num máximo de 3 dias sem evacuar.
Tinha a minha pequena algumas semanas e caminhava para o terceiro dia sem que houvesse novidades…. Todas as manobras de operações já tinham sido realizadas, o desespero já tomava conta do campo de operações, e seus participantes.…. Mas eis senão quando a pequena, resolveu responder ao apelo. Com muita ternura realizou uma grande “fornada”, que chegou até às orelhas. Confesso que nunca fiquei tão feliz ao ver tal cenário. Qual fogo-de-artifício de Ano Novo da Madeira, Dubai, Sydney, nunca Vila Nova viveu um festival pirotécnico idêntico… O que é verdade é que cada vez que vejo uma “fornadazinha” é um descanso e uma grande felicidade.

Aspirador Nasal

 
O utensílio de que vos falo hoje, conheci-o infelizmente pela pior das razões, pela constipação da semana passada da minha menina. Este pequeno objecto, que inspira Bem-estar. Utiliza-se da seguinte forma, deveremos primeiro humidificar o seu narizinho (com soro fisiológico) para permitir soltar as mucosidades, e depois com a ajuda do aspirador nasal removê-las de vez. Isto parece... bastante inofensivo e encantador. Até me dá uma certa vontade de rir, pois estou quase certa de que este se tratava de um instrumento de tortura utlizado pela Inquisição na Idade Média…. Então vamos lá ao primeiro passo, como é que é possível mantermo-nos serenas ao segurar na cabecinha do nosso bebé, introduzir-lhe água destilada pela fossa nasal abaixo, e aí vai disto. Parece que a criancinha se está a afogar.
Depois temos o passo dois, o mais gracioso de todos. Um procedimento, também “bastante simples” introduzir o aspirador em cada narina e toca a fazer a “limpeza do salão”. Através da utilização da nossa boca por inspiração. Para além de nos cansar um bocado, porque exige preparação física, é ver as mucosidades a subir pelo vaporetto acima. É certo que a cachopa fica limpinha, mas estou sempre a ver quando lhe “arranco” um neurónio através de este processo.

Palavras, que vamos acrescentando ao nosso dicionário com a maternidade.

 
A palavra do dia é Aero-OM. Aquele pequeno frasquinho que contém, o dito néctar dos Deuses. Que tem a capacidade, segundo suas indicações de aliviar sintomas associados ao gás (cólica flatulenta, distensão abdominal, dificuldades na eructação e na regurgitação). Confesso que já lhe tomei o gosto e é pura sacarose, com um tragozinho a morango, é repulsivo. Na realidade, das poucas vezes que usei acalmou a criança. E deu especialmente jeito naquelas noites em que estávamos mais cansados e queríamos descansar…. O gracioso é quando acordarmos na manhã seguinte, e vemos os nossos móveis com uma “nova decoração” salpicados de cor-de-rosa, bem como os jogos de cama, a alcofa da menina idem, para não falar da cara da garota que parece um pequeno palhacinho pronto para o Carnaval

Como tudo começou…


Tudo começou, com um simples teste de gravidez, aliás no nosso caso com dois testes de gravidez. Lembro-me perfeitamente, como se fosse hoje… Havia um atraso, mas desta vez, não nos despertou grande atenção, pois já havíamos passado por uma situação semelhante e o resultado não foi o esperado. Esta nossa nova realidade, já começava a ser stressante, pois havia a pressão de alguns... familiares, com as questões do costume…”Então, já têm novidades?” Apesar, de serem questões inocentes, de certa forma já começavam a mexer connosco.
Voltando, a questão dos testes. Com as expectativas em baixo, decidimos fazer um novo teste. Chegamos a casa, realizei um teste e esperados os minutinhos indicados, apareceu uma cruzinha. Lidas as indicações do dito teste, significava que estávamos grávidos. Não convencida, virem-me para o Sérgio “vamos comprar um outro teste, e amanhã de manhã voltamos a conferir o resultado”. E assim fomos à Vila, comprar um novo teste, pedi especialmente que fosse de uma marca diferente. A ansiedade era tanta, que não consegui esperar pelo dia seguinte. Subi as escadas disparada como um foguete até ao quarto de banho, e desta vez apareceram duas listas verticais. Como desta vez, decidi ler as instruções no final da realização do teste, aí estava a confirmação do primeiro. Fui ter com o Sérgio, dei-lhe o teste e questionei-lhe, “O quê, que aí vês?”, ao que respondeu, “Vejo duas listas verticais”, comecei-me a rir…. Ficamos calados, durante uns minutos, e ainda, me recordo perfeitamente da cara do Sérgio, confesso que até hoje não lhe soube decifrar o pensamento. Mas se fosse igual ao meu, estava num turbilhão de ideias.
Marquei a consulta da obstetra na companhia da minha irmã. Contei-lhe o sucedido e foi engraçada a reacção da médica, “Fez dois testes? Estava com dúvidas”, começamo-nos todas a rir. Então lá fui eu espreitar a minha barriguinha, vimos um saquinho muito pequenino do tamanho de uma ervilha. Estava de 6 semanas, foi emocionante, já dava para ouvir o seu pequeno coração. Como é que era possível? Já haver um coraçãozinho a bater…
A partir daí todos os meses íamos cucar o feijãozinho, era dos momentos mais emocionantes e experienciados até ao momento. Cada “fotografia” revelava-nos mais pormenores, comprimento, peso, desenvolvimento que emoção. Lá chegou o dia em que soubemos que era uma menina. E a partir desse dia com a minha barriga “avantajada”, pude dizer orgulhosamente que estava grávida de uma menina.

O Nascimento

Muitas vezes me falaram que a maternidade me traria momentos bons e outros menos bons. Salvaguardando sempre, que os bons iriam sempre prevalecer os maus. Realmente a máxima “Nada nos prepara para a maternidade/paternidade”, é de facto verdade.
Começou com o próprio dia de nascimento da minha pequena Miguelita. Decorreram muitas horas de espera e sofrimento, foram as horas mais sofridas da minha vida, inclusive houve uma situação em particular que me levou às lágrimas. Depois de 12h de tentativa de indução do parto, lá me levaram para o bloco para realização de uma cesariana. O meu coração disparou e lembro-me de ter pensado “É agora, agora já não há volta a dar”, o percurso até ao bloco era interminável, só via as luzes no tecto do hospital. Entrei no bloco e deparei com um batalhão de gente e com uma panóplia de instrumentos, o meu coração disparou ainda mais. Havia uma enfermeira que dizia, menina, diga-me se está a sentir o toque, mas que não está a sentir dor. Como é que eu saberia? Nunca me tinha visto numa situação semelhante, o medo tomava ainda mais conta de mim… A Enfermeira continuava, agora vai sentir um vácuo, significa que estamos a retirar a sua bebé…. E na realidade foi isso o que eu senti. Eu bem tentava ver o que estava a acontecer, pelo reflexo do candeeiro da mesa de operações mas a imagem não era nítida o suficiente. De repente lá ouço um choro, era a minha pequena… nem a vi, lá a levaram para o berçário, limparam-na alimentaram-na e mesmo antes de ir para o recobro vem uma enfermeira com a Mimi toda embrulhadinha, -“ Olhe mãe, olhe a sua menina”, era linda e cabeludinha como sempre imaginei. Foi engraçada, esta passagem, passei de menina, para mãe. A partir daí, sempre que se dirigiam a mim era mãe ou mamã, deixei de ser a menina Carolina.
As noites na maternidade, pareciam anos… pois, de um dia para outro, tinha alguém que iria depender de mim a 100%. O meu estado de alerta estava no máximo, acho que nessa altura era uma boa concorrente a um cargo sentinela. Cada som, cada gemido, a contagem das horas para a refeição ao minuto, nada me fazia dormir. E quando tinha ousadia de o tentar fazer, o meu organismo accionava o sistema de alarme.
No dia de regresso a casa, foi um dia bastante emotivo, não obstante ser o 3º aniversário de casamento. Vinha lavada em lágrimas, sem nenhuma explicação aparente. Afinal de contas levava o meu bem mais precioso para o nosso recanto.
A primeira noite em casa foi terrível, a pequena chorava, gritava e não sabíamos o que tinha. Só pensava se iriam ser assim o resto das noites, a pequena que tão bem se comportava na maternidade, vinha agora para casa completamente “indisciplinada”, e acabar com o descanso dos pais. Resolvemos preparar a verdadeira maternidade no nosso quarto, depressa a nossa casa perdeu a decoração habitual… A segunda noite já foi mais tranquila, a terceira também, e felizmente tem sido assim até agora. Afinal não tínhamos uma ”enfant terrible”, mas um anjinho.
Agora passados quase 2 meses e meio, já lhe vou descobrindo/reconhecendo alguns gestos, choro e modos…Mas ainda há tanto por descobrir, neste pequeno universo, chamado Mimi.
Foram-me dados tantos e bons conselhos que acolhi com carinho, mas nada nos prepara para esta nova condição de mãe. Mas asseguro categoricamente que é o sentimento mais nobre de todos.